Localização: Praça 1.º de Maio, Évora

Arquitetura: Adalberto Dias

Resumo: O projeto de estruturas da Igreja de São Francisco envolveu diversas operações relacionadas com problemas de consolidação estrutural, reforço de elementos estruturais, melhoramento do comportamento global do edifício face à ação sísmica e dimensionamento de elementos estruturais novos. A solução proposta para reforço passou pelo aumento da rigidez dos contrafortes, através da melhoria da ligação entre os diversos elementos que os compõem, na ligação entre as diversas paredes ortogonais. Foi prevista a ligação entre as paredes dos dois lados da nave através da introdução de tirantes, procurando melhorar o comportamento tridimensional da Igreja. Foi também considerado o reforço das aberturas dos contrafortes, as quais introduziam concentrações de tensões.

O padrão de fendilhação terá tido origem num aumento do vão da nave, resultado dum contraventamento insuficiente. Por outro lado a distribuição em planta desse padrão de fendilhação sugere que houve um movimento distinto do apoio da abóbada ao longo da nave devido à restrição parcial ao movimento dos encontros produzida pela fachada principal, onde existem parede e cunhais, e pela parede transversal do transepto. Portanto qualquer intervenção que fosse capaz de restringir esse movimento era muito importante para controlar essa fendilhação. Estas evidências mostraram claramente que para além das intervenções ao nível da abóbada (refechamento das fendas e seu gateamento) era fundamental proceder-se ao aumento da resistência e da rigidez da ligação entre as paredes de empena e as paredes que lhes são ortogonais (nomeadamente a parede de fachada) para garantir a integridade estrutural do edifício no que diz respeito às patologias da abóbada, mas também, para melhorar o comportamento sísmico. Para promover a melhoria do comportamento tridimensional do edifício e restringir o movimento da parede preconizou-se intervenções que se baseiem no reforço da ligação entre as paredes ortogonais através de tirantes. Por outro lado, constatou-se que a parede de fachada apresenta uma extensa fendilhação que resulta da propagação dessas fendas, preconizando-se, portanto, a ligação entre empenas também através de tirantes que deveriam atravessar a totalidade da fachada, “cozendo”, dessa forma, a dois níveis, as fendas existentes.

Modelo Numérico usado para Analise Estrutural

Vencedor do Prémio Nacional de Reabilitação Urbana – 2017 ​

Vencedor do Prémio Nuno Teotónio Pereira – Reabilitação Urbana – 2017

Igreja São Francisco, Évora